sábado, 23 de fevereiro de 2008

Como os nossos ancestrais


Ao lado da inteligência, a mais marcante diferença entre o homem e os macacos, seus parentes mais próximos na árvore da evolução, é a postura bípede. Por essa razão, a descoberta recente de um grupo familiar que se locomove sobre mãos e pés, à maneira dos quadrúpedes, tornou-se um enigma científico. São cinco irmãos que vivem num vilarejo na Turquia e apenas um deles, uma mulher de 32 anos, consegue ficar em pé e dar alguns passos. Cientistas ingleses que acompanham o caso desde o fim do ano passado ainda não conseguiram explicar a anomalia, que além do andar singular inclui retardamento mental. Mas acreditam que um estudo mais aprofundado dessa família possa fornecer pistas valiosas sobre as alterações cerebrais e genéticas que fizeram nossos ancestrais tornar-se bípedes, há 4 milhões de anos.
Alguns exames preliminares apontam uma pequena lesão no cerebelo, região do cérebro relacionada à cognição e à locomoção. Essa alteração isoladamente não explica a complexidade do caso. "A síndrome possivelmente combina factores genéticos, fisiológicos e psicossociais", diz o psicólogo Nicholas Humphrey, da London School of Economics e um dos pesquisadores que tiveram contacto com a família turca. "São tantas as coincidências que possivelmente um caso assim jamais se repetirá." O facto de os irmãos serem fruto de um casamento de parentes (os pais têm bisavós comuns e tiveram outros onze filhos que andam normalmente) pode ter proporcionado a manifestação de genes que havia milhares de anos estavam adormecidos no DNA humano. "Isso não significa que os irmãos turcos e os macacos estejam na mesma posição na escala evolutiva", afirma a bioantropóloga Claudia Rodrigues Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "As características físicas deles, com excepção do caminhar, são absolutamente humanas."
O homem moderno é o resultado de uma cadeia bem-sucedida de passos evolutivos A cada geração, o genoma de todo ser vivo acumula pequenas mutações. Algumas dessas variações genéticas aumentam as chances de sobrevivência em determinado ambiente, outras diminuem. Ou seja, quanto mais favoráveis forem as características dessas mutações, que passam de geração para geração, mais comuns elas se tornarão ao longo do tempo. Nossos antepassados mais remotos eram quadrúpedes e viviam em florestas. Acredita-se que a postura erecta tenha sido uma adaptação a mudanças climáticas numa época em que as savanas começaram a predominar na África, o berço da humanidade. Não era essencial à sobrevivência – muitos quadrúpedes se deram bem no novo ambiente –, mas trouxe vantagens evolutivas. Exactamente quais são essas vantagens é motivo de controvérsia entre os cientistas.
Algumas teorias sustentam que a postura erecta decorreu da necessidade de se proteger de predadores nos descampados africanos. Em pé, ficava mais fácil observar a aproximação do perigo. As mãos livres, por sua vez, facilitaram o transporte de objectos e alimentos durante a caminhada. A posição erecta também reduz a área corporal exposta directamente aos raios solares e, por consequência, a perda de água durante a caminhada. Dessa forma é mais fácil andar horas a fio. Há 6 milhões de anos, quando sua linhagem se dividiu em dois ramos (o outro levou ao chimpanzé), os antepassados do homem deixaram de ter polegares opositores nos pés, mudança essencial para que nos tornássemos bípedes. Dedos com esse formato diminuem o impulso que o pulgar do pé dá aos passos e atrapalham o caminhar. Por outro lado, a nova maneira de andar tem um preço, que o homem moderno conhece bem. A posição erecta aumenta a pressão sobre as vértebras, o que se traduz em dores e deformações de coluna.
Os chimpanzés, espécie da qual a família humana se separou há 6 milhões de anos, usam os nós dos dedos como apoio para se locomover. Os cinco irmãos não andam desse jeito. Eles se locomovem com as mãos espalmadas, pernas erectas e glúteos virados para cima. O irmão mais velho é o mais ágil entre eles. Percorre grandes distâncias todos os dias recolhendo garrafas plásticas, com cuja venda ajuda a sustentar a família. Os cinco conseguem falar, mas vivem praticamente como bebés. A mãe é responsável pelo banho e cuidados pessoais. Na maior parte do tempo, ficam em casa vendo televisão. Quando saem, frequentemente são insultados e agredidos – até com pedras – por crianças e outras pessoas do vilarejo onde moram.
Fonte: REVISTA VEJA Edição 1949 . 29 de março de 2006

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Satélite descontrolado

Um satélite norte-americano perdeu energia e propulsão, podendo entre o final de Fevereiro e o início de Março, cair na Terra. De acordo com a NASA, o satélite transporta materiais perigosos que não foram identificados e desconhece-se qual é a sua trajectória descendente. O porta-voz da Casa Branca, admite que uma das possíveis soluções é ser abatido com um míssil.
Segundo a Agência Espacial Europeia, existem cerca de 600 mil objectos em órbita, em redor da Terra, no entanto, até à data só se registou uma colisão entre os restos de um satélite e um ser humano. Foi 1996, e não passou de um grande susto.

Correio mais lento que um caracol


Na Polónia, o correio é tão lento como os caracóis, concluiu Michal Szybalski. O polaco calculou o valor da velocidade média a que viajou uma carta. Como ela percorreu 11,1 km em 294 dias, a sua rapidez foi de 0,03775 km/h. Comparando com o valor da velocidade média de um caracol, 0,048 km/h, o molusco ganha!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Lampreia, peixe ou cobra?



As lampreias têm um dorso escuro e o ventre claro, possuem uma boca em forma de ventosa. São conhecidas como um peixe primitivo por não terem escamas. Pode medir mais de um metro e ultrapassar dois quilogramas. Ou se adora ou se detesta!
Há várias crenças associadas à lampreia. Os judeus excluíram-na por não possuir escamas. A igreja católica considerava-a um “pecado da gula”, devido à forma de serpente.